domingo, 3 de maio de 2009

Lábios de chicote
Lábios de chicote,
Discurso de tronco
Na qual eu me debruço.
Impressões destiladas
De teu medo,
Mal estar
Que se faz
Entre nós.
Feridas causadas
Pela verga de sua boca.
Terror
Inspirado pela calada da noite.
Aflição de sangue
Nao me escorre mais
Percorro meu caminho
Tranquilamente
Eperando
Que da entrada da primavera
Floresça nosso bem-estar.
Bastão do amor
Que bizarro!
Eu que te ofereci
O bastão do amor,
Mas recusaste,
Provavelmente
Porque entregaste sua alma
Ao machado de Ladrys
E te deixaste seduzir
Pelo arco-íris,
Então,
Se assim lhe encanta,
Que procure o amor
Que melhor
Te encaixe.
Se preferes
Como sua forma de expressão
O triângulo rosa
Da perversão,
Ao invés
Do bastão do amor,
Que assim seja!
Chama da lembrança
Nos tiraram
As simples areias do deserto,
Mas que para nós
Reluziam a ouro.
Mesmo longe,
A chama da lembrança
Não abranda,
A fogueira da nostalgia
Não se apaga.
Naquele monte de nada
Estava o tudo que nos fazia.
Hoje no meio do tudo,
Não vejo
O que possa completar
O vazio do nosso nada.
Terra perdida,
Cultura varrida
Para debaixo
Do tapete
Da ignorância
Das pessoas.
Grande Nação Brasil
Desde as caravelas do descobrimento,
Em seu rancor
Da Europa abusiva,
Juraste
A Metraton
Que este novo país
Seria diferente,
Que sua gente
Seria recebida
No batuque do amor,
E que renunciaria
Ao veneno da violência,
E que todos se sentariam
Sobre uma única mesa,
Cujo pano
É estendido para todas as nações,
Cujos pratos são servidos
De misericórdia e clemência.
Nessa melodia
Ainda dançamos
Esse grande nação Brasil.
Dinheiro Ilustre
Dinheiro ilustre,
Nos veste de rei
E nos arranca até o ultimo de nossos suspiros de admirição,
Cobre meu horizonte de mágoa
E deturpa meus valores.
Demônio de cifras,
Que quando eu estiver com meus bolsos cheios,
Espero que eu seja digno de estar
Ao lado dos homens mais simples
Deste universo,
E dizer a eles
Que ainda há compaixão dentro de mim,
Demônio de cifras,
Traga meu conforto,
Mas não me tire a dignidade,
Jamais.